Aprendizado e conscientização marcam Dia Mundial da Água no Jardim Botânico

A comemoração do Dia Mundial da Água, celebrado nesta sexta-feira, (22/03) foi especial no Jardim Botânico de Brasília. A equipe da Educação Ambiental acompanhou os funcionários da limpeza da unidade e um grupo de 40 estudantes da rede pública de ensino em uma caminhada pela trilha da nascente do Córrego Cabeça de Veado.

Ao longo do percurso, os ilustres exploradores do Cerrado tiveram uma aula sobre a importância da preservação da fauna e da flora e, principalmente, da água – esse bem tão precioso e que é fundamental na manutenção da vida e equilíbrio de todos os ecossistemas.

A atividade começou com uma dinâmica para explicar, de forma lúdica, como o contato com a natureza é capaz de transformar. Antes da caminhada, Lucas Miranda, chefe do núcleo de Interpretação Ambiental do JBB, reforçou a necessidade de se desligar dos problemas e aproveitar esse contato direto com as plantas, os animais e o ar puro. “Na natureza não existe competição. Ela funciona baseada no amor. De três sementes de jatobá, por exemplo, só uma cresce e se desenvolve. As outras duas, que estavam próximas, se doaram para que aquela outra árvore pudesse crescer. E todas cumprirão sua missão, baseadas na doação e no amor ao próximo”, explicou.

Antes de entrar na trilha, os visitantes aprenderam sobre a Permacultura que é um sistema de princípios agrícolas sustentáveis, em que a natureza trabalha em seus vários ciclos e de maneira interligada. Desde a construção da casa de pau a pique, passando pelo sistema de banheiro ecológico, que utiliza tanque de evapotranspiração (preenchido com diferentes camadas de substrato e plantado com espécies vegetais de crescimento rápido e alta demanda por água, como bananeiras, taioba) e, por fim, coleta de águas pluviais.

“Brasília foi edificada com concreto e aço. É uma arquitetura moderna, mas se pararmos pra pensar é muito agressiva para o meio ambiente. Temos que ser mais criativos, sair dos padrões e encontrar formas de viver, sem prejudicar a natureza”, complementou Murillo Pereira, educador ambiental do JBB.

No início do passeio, já no Cerrado, Pedro Cunha, gerente de Divulgação Científica do jardim, adiantou que o bioma possui diferentes fisionomias e isso demonstra a riqueza da biodiversidade. “Convido vocês a observarem os troncos das árvores nesse primeiro trecho, depois a altura dessas árvores no segundo trecho. O solo também é diferente e até a temperatura no meio do Cerrado”.

E como a água foi o tema central do passeio, os aventureiros puderam conhecer a nascente Cabeça de Veado e saber mais sobre a importância da preservação de cada uma das 25 nascentes localizadas no Jardim Botânico e na Estação Ecológica, que abriga quase 5 mil hectares de área preservada. Célia Souza, gerente da Educação Ambiental, falou sobre a dimensão do JBB e a relevância do trabalho desenvolvido na unidade. “A Caesb faz captação de água aqui no Jardim e abastece parte do Lago Sul, Jardim Botânico e Mangueiral. Por isso precisamos preservar e cuidar dessa área”, destacou.

Conscientização

Esse trabalho de educação ambiental é fundamental para o DF. Recentemente, a população local enfrentou uma grave crise hídrica e durante um ano e cinco meses viveu sob racionamento de água. O nível do principal reservatório, o Descoberto, chegou a 5,3% de sua capacidade nos momentos mais críticos.

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